Já classificada como “Guerra Santa” por algumas pessoas
presentes na sessão desta quarta-feira (22), da Assembleia Legislativa
da Bahia (AL-BA), a criação do Conselho Estadual dos Direitos da
População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT)
voltará a ser discutida na próxima terça-feira (28), quando também deve
ser votado – em segundo turno – o Orçamento do Estado para 2014. A
instalação do grupo na Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e
Direitos Humanos (SJCDH) estava entre os inúmeros projetos que seriam
aprovados por acordo e com dispensa de formalidade nesta quarta, ou
seja, com o sim de todos os deputados, sem discussão ou obstrução. No
entanto, assim que o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), começou a
pronunciar “lésbicas, gays e bissexu...”, o deputado Pastor Sargento
Isidório (PSC), que sequer esperou a conclusão da frase, bradou contra o
tema. O parlamentar – que já declarou ao Bahia Notícias ser ex-dependente de drogas e ter medo de voltar a ser homossexual –
proferiu novas declarações polêmicas contra os homossexuais, mas tirou
da conta do governador Jaques Wagner (PT) a autoria do projeto, apesar
do petista assinar a matéria. “Temos tantas coisas sérias para discutir e
cuidar. Tenho certeza que o governador não é o responsável pelo
projeto, algum assessor está traindo ele”, acusou Isidório, que
considerou o conselho uma estratégia para “instalar a ditadura gay no
Estado”. Ao garantir que não iria “assistir a aprovação de um absurdo”, o
parlamentar subiu na tribuna da AL-BA e clamou aos colegas que não
“perdessem tempo” com a discussão do “sexo deturpado” e da “ofensa
contra a família de Deus”. “Não poderia deixar de me insurgir. Não
basta a novela com Cauã Reymond pegando todo mundo. As cenas de
violência e relacionamentos de homem com homem e mulher com mulher,
destruindo a família de Deus. [...] Esse grupo diz que segurança é gay,
deputado é gay, professor é gay, vigilante é gay, tudo é gay...
Respeitem os heterossexuais”, se desesperou o pastor, visivelmente
alterado na tribuna, antes de finalizar o pronunciamento com a alegação
de que, caso aceitasse os homossexuais, Deus não teria criado Adão e
Eva, mas sim “Adão e Ivo”.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br