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Caminhão trafegou a 132 km/h antes de colisão que matou 39 pessoas em MG

23 de jan. de 2025

 


O motorista Arilton Bastos Alves, que conduzia o caminhão com uma carga de granito que colidiu com um ônibus e deixou 39 mortos no fim do ano passado, chegou a trafegar a 132 km/h durante o trajeto naquela madrugada na BR-116, em Minas Gerais.

A informação consta na ordem de prisão expedida na terça-feira (21) pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni.

No momento em que a carga se desprendeu do veículo, a velocidade era de 90 km/h, acima da velocidade permitida para a via, de 80 km/h, segundo as investigações.

O magistrado afirmou que o condutor assumiu diversos riscos, caracterizando o chamado dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de matar).

Procurada, a defesa de Arilton Bastos Alves afirmou que o condutor colaborou com as investigações e disse que não há elementos que justifiquem a prisão.

Nesta quarta (22), os policiais responsáveis pela investigação reforçaram que a colisão não foi um acidente.

“Foi um crime, vários homicídios perpetrados por uma atitude criminosa do investigado, que hoje está preso”, afirmou o delegado Júlio Wilke, superintendente de investigação e polícia judiciária.

A Polícia Civil afirmou que o motorista não resistiu à prisão, efetuada na última terça no Espírito Santo, estado onde ele mora.

Os delegados também forneceram detalhes sobre os exames de sangue feitos no motorista dois dias após a colisão e que constataram a presença de substâncias lícitas e ilícitas.

“Foram identificados cocaína e derivados de MDMA, que é o ecstasy, além de um ansiolítico e um antidepressivo. É justamente a partir da dosagem que a perícia permite indicar a janela do uso, ou seja, permite dizer que no momento a pessoa estava sob uso dessas substâncias”, afirmou Thales Bittencourt, superintendente de polícia técnico-científica.

Também foi encontrado no exame a substância cocaetileno, um metabólico resultado da mistura de etanol e cocaína.

O advogado do motorista disse que ainda não teve acesso aos exames, mas contesta a versão de que eles comprovam que Arilton tenha feito uso de álcool ou outro entorpecente durante a viagem.

“Arilton garante que não faz uso de nenhum tipo de droga. Possivelmente as substâncias indicadas no exame podem se confundir com princípios ativos de remédios controlados que ele faz há anos para cuidados com sua saúde, e também com outros medicamentos que fez uso após o acidente”, afirmou a defesa, em nota.

Os policiais ainda afirmaram que o condutor excedeu o limite do peso em cerca de 30 toneladas, não conferiu durante a viagem a amarração dos dois blocos de pedra e ainda demonstrou falta de arrependimento durante o interrogatório.

A defesa afirmou que vai recorrer da ordem de prisão.

Fonte: Folha de S. Paulo