Na noite do último domingo (28), o candidato a Presidência da República, Levi Fidelix, indignou os expectadores do debate eleitoral que ocorria na Tv Record.
Ao ser perguntado pela também candidata Luciana Genro sobre as novas formações de família no Brasil, Levi respondeu tomando posicionamento totalmente contra o grupo LGBT e, ainda, comparando a homossexualidade com a pedofilia. Confira vídeo:
Após o debate, em entrevista a um portal nacional, o candidato afirmou não ser homofóbico e disse que “apenas não quer estimular quem é a favor dos homossexuais”. Levi ainda disse que se tivesse um filho ou neto homossexual, o enviaria para tratamento psicológico: “Daria para ele um tratamento merecido de acolhida. Não posso incentivar. De um pode ser dez ou vinte, daqui a pouco você não tem nem netos…”
Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Muitos internautas acusaram o senhor de homofobia durante o debate, por conta das palavras usadas contra homossexuais. O senhor acha que foi homofóbico?
Homofóbico não. Apenas coloquei a situação de maneira real e correta. Não estou querendo estimular quem é a favor dos homossexuais. Agora, eu tenho que constatar que isso existe. Como pai de família, como avô, como homem que defende a família, tenho certeza que as minhas colocações atenderam a maioria do povo brasileiro, que não é exatamente a favor dos LGBTs.
O senhor não acha que as palavras usadas incentivam a violência contra os gays, que são violentamente recebidos em várias partes do Brasil?
Eu pedi desculpas antes de dizer. Você já viu dois iguais se reproduzirem? Não. Então, sendo sincero, não tem nada a ver uma coisa com outra.
Sobre o “aparelho excretor” mencionado no debate. O senhor realmente acha que não exagerou?
Não, ué. Não é o nome correto? Se eu falasse outra palavra que você sabe, de baixo calão, que você conhece…? Mas não falei. Usei ainda o nome científico.
É a primeira vez que o senhor diz publicamente, pelo menos nesses termos, que é contra os homossexuais. Um Levy Fidelix mais conservador surgiu nessa eleição, abandonando o Aerotrem e partindo para o discurso mais a direita e, de certo modo, até homofóbico?
Nada de homofobia, meu filho. Falei aqui de Segurança, de Saúde, de Educação, de Juventude e dos militares que precisam de suporte, por exemplo. Essa coisa dos homossexuais foi apenas um ponto que a Luciana levantou, um só, e acabou. Isso não tem que provocar uma guerra entre Brasil e Iraque, como diria…
… O senhor então não é homofóbico?
Não meu filho. Eu só não quero incentivar e deixar que essa minoria se torne maioria.
Se o senhor tivesse um filho ou neto homossexual, o que o faria?
Já falei. Mandaria para um tratamento psicológico, daria para ele um tratamento merecido de acolhida. Mas só não posso incentivar. De um pode ser dez ou vinte, daqui a pouco você não tem nem netos…
… O senhor acha que homossexualismo é um problema psicológico, é isso?
Meu amigo, você é gay?!
Não candidato. Sou jornalista e estou perguntando…
Então vamos parar com isso. Chega desse negócio que está me enchendo o saco. Chega desse assunto. Tenho tantos assuntos para falar sobre o meu país. Não vamos tentar fazer disso um tema, como antes tentaram me ridicularizar com a história de partido nanico. Vamos parar com isso. Tem que ter respeito com a minha biografia de vida. Tenho 62 anos…
Candidato, pessoas do mesmo sexo também podem ter uma família. Há muitos exemplos no Brasil…
Meu filho, já disse que chega desse assunto…
Ok. Depois dessa apresentação de hoje, o senhor se considera um candidato folclórico?
Não, para com isso. O homem folclórico está dando a maior resposta para a economia do país. 25 bilhões de reais que o Copon (Conselho Nacional de Política Monetária) usou ao subir os juros? Que folclórico, meu filho. Sou um homem de 62 anos muito sério. Sou um profissional, um homem que se porta com todo respeito com todo mundo… Não tem nada a ver isso que você está dizendo…
O senhor pretende se candidatar novamente?
Já sou candidato em 2018. Na próxima eleição, como teremos com certeza uma reforma política, que não vai deixar que os partidos grandes ganhem essa fortuna: R$200 milhões pra Dilma, R$100 milhões para o Aécio. O Levy Fidelix tá gastando sabe quanto? R$200 mil. É um absurdo. Ou seja, investimentos próprios e do próprio partido. Nenhum centavo de doação de ninguém. Tem que parar com isso. Se eu tiver a visibilidade, como todos tem, vai colocar todo mundo no mano a mano. E na igualdade você sabe que a coisa muda.