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Investidores movem ações contra a Vale nos EUA

12 de fev. de 2016
A Vale é alvo de forte mobilização de investidores nos Estados Unidos que alegam ter sofrido perdas com o acidente envolvendo uma das barragens da Samarco, empresa na qual a mineradora tem 50% do capital. Há duas ações coletivas em curso contra a companhia, que geraram uma disputa de seis investidores, entre pessoas físicas e fundos, pela liderança do processo. Dois fundos de pensão alegam ter tido prejuízo de mais de US$ 15 milhões.
 
O acidente com a barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorreu em 5 de novembro de 2015, quando foram lançadas toneladas de rejeitos de mineração no Rio Doce, causando problemas ambientais e deixando 17 mortos e dois desaparecidos.
 
De acordo com O Globo, o escopo das duas ações principais é levemente diferente. O primeiro processo foi ajuizado em 7 de dezembro de 2015 pelo escritório americano Rosen Law. É uma ação coletiva, na qual a Vale e dois de seus executivos — o presidente, Murilo Ferreira, e o diretor financeiro, Luciano Siani — são acusados de violar o Security Exchange Act de 1934, uma das leis que regulam o mercado de capitais nos Estados Unidos.
 
Os advogados alegam que os dois executivos “estavam direta ou indiretamente envolvidos em rascunhar, produzir, rever e/ou disseminar comunicados falsos e que induziam a erro”. Eles pedem compensações pelas perdas sofridas com o acidente. Podem ingressar na ação investidores que compraram ADRs (recibos de depósito) da Vale negociados na Bolsa de Nova York entre 21 de março e 30 de novembro de 2015.
 
A outra ação, movida pelo escritório Bottini & Bottini, inclui o diretor de Ferrosos da Vale, Peter Poppinga, entre os réus e estende o prazo do processo: 7 de novembro de 2013 a 30 de novembro de 2015. Segundo os advogados, a Vale regularmente falava sobre a crescente produção no sistema de minas de Mariana (MG), localizadas perto da barragem de Fundão, e omitia o fato de ser dependente da barragem da Samarco para a deposição de rejeitos de suas minas.
 
A acusação frisa ainda que “em nenhum momento a Vale revelou a natureza precária da barragem de Fundão” nem que havia limitado gastos e elevado margens por não ter construído barragens para depositar rejeitos de suas minas. Assim, diz a ação, os ADRs “tiveram o preço artificialmente inflado” ao longo do período abarcado pela ação.
 
As ações estão nas mãos do juiz Gregory Woods, da Corte do Distrito Sul de Nova York. Nos últimos dias, várias petições foram encaminhadas ao tribunal pedindo a consolidação dos processos e a nomeação de um líder. Ao todo, seis grupos disputam a liderança.
 
Os fundos de pensão das regiões de Alameda e de Orange se dispõem a assumir a ação coletiva, alegando que “têm o maior interesse financeiro”, uma vez que, juntos, perderam mais de US$ 15 milhões. Eles são representados pelo escritório Bernstein Litowitz Berger & Grossmann. O fundo de investimento australiano TCAP estima perda entre US$ 327 mil e US$ 682 mil, dependendo do período da ação. Quem o defende é o Hagens Berman Sobol Shapiro.
 
Um grupo formado por quatro investidores, entre eles Scott Shen, informa ter perdido US$ 713 mil. Eles defendem que o escritório Glancy Prongay & Murray represente o investidor líder no processo. O escritório Levi & Korsinsky aponta Walter De Schutter para líder. Cristiano Laux também entrou na briga e é apontado para assumir a liderança pelo Bottini & Bottini. Outro grupo, que tem à frente Roberto Carlen, pede que o o escritório Pomerantz, o mesmo que ajuizou ação coletiva contra a Petrobras, defenda o líder e tenha o Bronstein, Gewirtz & Grossman como colíder.
 
Segundo a Vale, o juiz decidirá até 7 de março quem será o líder. A empresa informou que Murilo Ferreira e Luciano Siani ainda não foram citados. “Demonstraremos claramente no tribunal de Nova York que a Vale sempre agiu de forma responsável e transparente. E que essas ações não têm qualquer mérito”, disse em nota. Os escritórios que representam investidores foram procurados, mas nenhum comentou as ações. O GLOBO não conseguiu identificar o representante do Fundo de Pensão de Norfolk.
 


Fonte: O Globo