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Acusado de crime sexual contra 14 pacientes pela Polícia Civil, o médico Omar César Ferreira de Castro, 66 anos, foi preso temporariamente nesta terça-feira (16) no Centro de Florianópolis, em Santa Catarina. As vítimas confirmam estupro em boletins de ocorrência, que resultaram na abertura de dois inquéritos policiais. Os abusos teriam sido cometidos no consultório do nutrólogo nos últimos três anos. Os mandados de prisão e busca e apreensão aguardavam expedição pelo juiz Rafael Sandi, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis. “Eu já havia enviado o inquérito ao Ministério Público no ano passado, mas decidi reabrir na primeira semana deste ano porque uma das vítimas contou ter sido penetrada pelo médico, dentro do consultório, e levou adiante a representação”, diz o delegado, Ricardo Lemos Thomé. Os casos, incluindo os que não relatam penetração, estão reunidos nos inquéritos, que estão baseados nos depoimentos de oito vítimas. “Existe muita coerência nos históricos trazidos pelas 14 mulheres ouvidas, que até então não se conheciam, e sobre os detalhes de como o médico abusava delas”, diz o delegado. Thomé acredita que o médico preparou o consultório para ser um local seguro para realizar os ataques e cita os depoimentos, que mencionam a distribuição das salas, o distanciamento entre a recepção e o local de atendimento, e o volume alto do som ambiente. Uma das vítimas, que no dia do estupro tinha tomado um anestésico para realizar uma micropigmentação das sobrancelhas, relatou que estava sonolenta e que conversou com Omar, pedindo para se pesar e ir embora. “Mas aí ele começou a conversar comigo, dizer que estava tudo bem e me deu um copo de água. Depois disso, só lembro de mim numa maca com as calças abaixadas, tentando empurrá-lo, e ele com uma camisinha nas mãos”, contou. A paciente afirma que dormiu por 12 horas depois de sair do consultório e que recordou flashes da cena ao acordar. Ela então decidiu voltar à clínica para confrontar o médico, três dias depois, e registrou a conversa com o gravador do celular guardado na bolsa. “Ao chegar, disse a ele que parecia ter acontecido algo estranho. Foi quando ele me disse: ‘tu não lembra? A gente transou duas vezes e foi bem gostoso’”. O áudio foi entregue à Polícia Civil e anexado ao inquérito.