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Operação da PF ocorre em 6 estados e apura propinas referentes à construção de ferrovias

26 de fev. de 2016


Operação da PF ocorre em 6 estados e apura propinas referentes à construção de ferrovias
Foto: Tânia Rego / Agência Brasil

A operação deflagrada pela Polícia Federal na madrugada desta sexta-feira (26) investiga desdobramentos da Operação Lava Jato, com base em informações colhidas em acordo de leniência e delação premiada de um dos investigados. Ao todo, são seis os estados em que ocorrem o cumprimento dos sete mandados de condução coercitiva e 44 mandados de busca: Paraná, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Goiás. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a sede da Odebrecht, no Rio de Janeiro, e a da Constran, em São Paulo, estão entre os alvos das buscas. Na capital paulista, a PF também esteve na casa de um funcionário da Serveng, que atua na área de construção, mineração, energia.  Ainda de acordo com Folha, a operação foi batizada de “O Recebedor”, em menção à defesa apresentada por um dos alvos de uma investigação anterior, a “Trem Pagador”, na qual os advogados alegaram que “se o trem é pagador, o alvo não era recebedor”.  A Trem Pagador foi realizada em 2012 e teve como alvo José Francisco Neves, o “Juquinha”,  ex-presidente da Valec, estatal responsável pelas ferrovias. Ele e outras sete pessoas foram denunciadas no ano passado pelo Ministério Público Federal por diversas irregularidades em obras de ferrovias.  O delator – que segundo a Globo News, seria da construtora Camargo Correa – segundo informações da PF, teria fornecido provas documentais e testemunhais contra outras pessoas e empresas que teriam participado do esquema criminoso. As buscas tem como objetivo reunir provas do pagamento de propina relacionado a construção das Ferrovias Norte-Sul (FNS) e Integração Leste-Oeste, além de prática de cartel e lavagem do dinheiro ilícito obtido por meio do superfaturamento de obras públicas. Apenas no estado de Goiás, foi verificado um desvio da ordem de mais de R$ 630 milhões, considerando-se somente trechos executados na construção da Ferrovia Norte-Sul. A apuração aponta também que as empreiteiras envolvidas realizavam pagamentos regulares, por meio de contratos simulados, a um escritório de advocacia e a mais duas empresas com sede em Goiás. Os pagamentos eram utilizados como fachada para aparentar uma origem lícita para o dinheiro originário de fraudes em licitações públicas. A O Recebedor, tem relação também, segundo Folha, com a Operação Crátons, que é desmembramento da Lava Jato, que apura um esquema de exploração e comércio ilegal de diamantes em Rondônia, na reserva indígena Parque do Aripuanã, localizada em um local conhecido como Garimpo Laje, onde reside a etnia Cinta Larga. Empresários, garimpeiros, comerciantes e até indígenas teriam envolvimento no esquema, rastreado a partir das atividades do doleiro Carlos Habib Chater, que foi preso na primeira fase da Operação Lava Jato.