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Militantes do MST voltam a ocupar Fazenda Marruais

1 de mar. de 2016

Cerca de 15 meses após desocuparem a Fazenda Marruais, no município de Conceição do Coité, na região sisaleira, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltou a entrar na propriedade, mesmo ainda estando em vigor o mandado judicial de reintegração de posse emitido pela desembargadora Regina Helena Ramos Reis, da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia, decisão emitida em 11 de setembro de 2015.
O dono da fazenda Giovanni Ferreira informou que 50 militantes do movimento ocuparam a área "orientando" os funcionários a retirar as máquinas de beneficiamento de sisal e os animais, do contrário eles iriam tomar posse.
A fazenda tem uma área plantada de 150 hectares e muitas cabeças de gado entre bois, vacas e ovelhas. É considerada produtiva pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) .Na invasão anterior, Ferreira prestou uma queixa na Delegacia de Polícia de Conceição do Coité devido ao sumiço de cinco vacas, dez novilhas, 16 ovelhas e 80 estacas da fazenda, além de sisal beneficiado. Ele chegou a acusar os militantes de vender o sinal em empresas da região.
O inquérito policial não andou até hoje. Do mesmo modo, o MST não parece se intimidar com a multa de R$ 10 mil por dia pelo descumprimento da decisão da desembargadora Regina Reis. Na época da primeira ocupação, a entidade disse que o objetivo era pressionar o Incra para   desapropriar terras na região para reforma agrária.
Reintegração
Desolado com essa nova ocupação, Giovani Ferreira disse que vai iniciar os procedimentos legais para tentar recuperar a fazenda pedindo a reintegração de pesse.
O advogado Luís Walter Coelho Filho, que representa Ferreira disse que a primeira providência é oficiar sobre a nova entrada do MST nas terras, o juiz local Gerinaldo Neiva que na ocupação passada se negou a mandar desocupar a fazenda, o que levou o advogado a recorrer ao Tribunal de Justiça da Bahia.  
A irmã de Giovani, Gisele Ferreira é dona da Fazenda Itareru, vizinha à Marruais,  informou que na primeira ocupação um grupo de sem-terra tomou o armazém e um terreno da Itareru com o objetivo de estocar e secar sisal beneficiado retirado de forma ilegal.
A reportagem não conseguiu localizar  dirigentes do Movimento dos Sem Terra, nesta segudna-feira, 29, para comentar o caso.