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‘O Dia Depois de Amanhã’ é decisivo para viabilidade do governo Dilma

29 de mar. de 2016


‘O Dia Depois de Amanhã’ é decisivo para viabilidade do governo Dilma
Foto: Montagem/ Bahia Notícias

O PMDB oficializa nesta terça-feira (29) o desembarque do governo Dilma Rousseff. A notícia não é surpresa para quem acompanha o noticiário político. Há algum tempo setores da legenda criticam abertamente a condução do governo pela presidente e o desgaste ficou cada vez mais evidente após a carta de queixas encaminhada pelo vice-presidente Michel Temer à Dilma (veja aqui). Durante a semana passada, o governo já dava sinais de que a estratégia de governabilidade não incluía mais o PMDB – o líder do PT na Câmara, Afonso Florence, citou nominalmente o vice-presidente na defesa de Dilma (veja aqui). Nesta segunda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convocado por Dilma para tentar conter o desembarque peemedebista, entregou os pontos e lamentou a saída da legenda da base (veja aqui). Na Bahia, o governador Rui Costa se reuniu com a bancada da Bahia na Câmara dos Deputados e também deu os mesmos sinais de que o Palácio do Planalto não contava integralmente com o PMDB desde o encontro de Dilma com os governadores aliados (veja aqui). Com favas contadas e por aclamação, a preocupação do governo deixa de ser o desembarque do PMDB e passa a ser um eventual efeito manada com outras bancadas. O PP, que até o dia 2 de abril tenta chegar a 55 deputados, deve ter uma reunião da executiva nacional na próxima semana para discutir o assunto (veja aqui). Na sequência, em Brasília, o comentário é que o PR poderia debater o tema. A comparação com o cenário apocalíptico do filme “O Dia Depois de Amanhã” é talvez o menos problemático para o governo. Em tempos de política da terra arrasada, Dilma tenta se manter no governo mesmo com uma base cada mais fragilizada. Apenas 172 votos separam a presidente do impeachment. Enquanto a oposição julga que a saída do PMDB é a pá de cal na eventual derrocada da petista, o governo quer garantir os votos contrários ao impedimento. Até a votação, o mercado de cargos passa a ser no varejo e, no vale-tudo político, talvez nem a estrela de Lula consiga guiar os nebulosos tempos que esperam o Palácio do Planalto.



por Fernando Duarte