Pequeno grupo contrário ao governo Dilma ocupou via por 39 horas. Protesto a favor da democracia está previsto para ocorrer na via
Soldados da Tropa de Choque retiraram os manifestantes que permaneciam ocupando a Avenida Paulista, na região central de São Paulo (Foto: Felipe Rau/ Estadão Conteúdo)
Dois carros blindados da Tropa de Choque da Polícia Militar chegaram à Avenida Paulista às 8h30 desta sexta-feira (18) para retirar pequeno grupo de manifestantes contrário ao governo Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que interditavam a via havia 39 horas.
Às 9h, os carros da polícia avançaram com jato d'água e retiraram os manifestantes que estavam em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O protesto começou às 18h15 desta quarta-feira (16), segundo a Polícia Militar. Os policiais também usaram cerca de cinco bombas de gás lacrimogêneo. A PM não informou o total de manifestantes no protesto.
O G1 não viu nenhuma pessoa ferida e o a Polícia Militar não tinha informação de feridos. Os manifestantes ficaram molhados e um grupo seguiu protestando na calçada. "Só quem está molhado pode opinar", disse manifestante sobre a permanência ou não do ato na calçada.
Lideranças afirmaram que a maioria votou para sair da avenida, mas alguns disseram que não iriam sair. O bloqueio de 39 horas provocou trânsito na região.
"A gente não quer, de forma alguma, entrar em conflito muito menos com manifestação petista muito menos com a PM, que tem sido muito coerente conosco. De acordo com a negociação feita com a PM e pelo bem estar de todos, eu concordo com a saída, porque todos temos direitos iguais nesse país, e eu retorno depois. A PM está agindo de forma muito coerente tanto com a nossa manifestação quanto com a manifestação petista. Ninguém quer entrar em conflito aqui", disse Bruno Balestrero, ator e empresário, sem movimento, antes da liberação.
Tropa de Choque retira manifestantes da Avenida Paulista, em São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Arte da guerra, vamos dar um passo pra trás pra depois dar dois pra frente", diz Renato Tamaio, do movimento Pátria Amada. "Nós vamos retornar aqui às 21h". Eles deliberam sobre permanecer aqui na calçada ou não.
Em janeiro deste ano, a Polícia Militar retirou manifestantes que obstruíam vias sem aviso prévio com bala de borracha e gás de pimenta. No dia 12 de janeiro, em ato do Movimento Passe Livre (MPL), policiais lançaram bombas para dispersar os manifestantes e ao menos sete pessoas ficaram feridas.
No início da tarde desta quinta (17), o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou que a SSP deixou claro ao movimento que o protesto precisava terminar na noite de quinta-feira porque haverá o protesto previamente marcado pelo PT e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em apoio a Lula e Dilma.
Manifestantes bloqueiam Paulista há 36 horas (Foto: Reprodução TV Globo)
A manifestação não foi convocada por nenhum movimento social. Ela começou depois do anúncio da nomeação de Lula para a Casa Civil. A concentração começou no vão livre do Masp e logo foi ganhando adesão. O protesto seguiu pela noite de quarta e a madrugada. A Polícia Militar acompanhou o protesto.
Violência
Durante estas 24 horas foram registradas ao menos três casos de agressão. O primeiro foi contra um casal de jovens na noite de quarta-feira, no início do protesto.
Durante estas 24 horas foram registradas ao menos três casos de agressão. O primeiro foi contra um casal de jovens na noite de quarta-feira, no início do protesto.
Na manhã desta quinta (17), uma mulher foi agredida no rosto durante o ato. A agressão partiu de um manifestante do mesmo grupo quando o namorado da mulher tentava proteger um rapaz vestido com uma camiseta vermelha, que passava pelo local e foi hostilizado. Mais tarde, um adolescente de 17 anos foi perseguido por manifestantes. O jovem teve de ser escoltado por policiais, que usaram bombas de efeito moral e gás de pimenta para controlar os agressores