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CBF e Tite adiam acordo sobre Seleção para substituir Dunga

15 de jun. de 2016
Marco Polo Del Nero deu na terça-feira, 14, um ponto final a mais uma era Dunga e, à noite, só esperava pelo "sim" de Tite para anunciar o novo técnico da Seleção Brasileira e o acerto pode ser anunciado nesta quarta, 15. O fiasco na Copa América Centenário, com a eliminação ainda na primeira fase da competição, significou o fim da linha para a comissão técnica do Brasil, que foi toda implodida. Dunga e Gilmar Rinaldi nem tiveram oportunidade de justificar a campanha pífia nos Estados Unidos.
A reunião entre Tite e o presidente da CBF durou 2 hora e 40 minutos. O técnico deixou o centro de treinamento do Corinthians por volta das 18h30 e viajou ao Rio de Janeiro para um encontro com Del Nero, em jatinho da CBF. O auxiliar Cleber Xavier estava junto. A dupla chegou à sede da entidade às 20h50 e se reuniu com o cartola para definir os detalhes do contrato. Tite quer trabalhar com sua comissão técnica e gostaria de contar com um profissional de confiança entre ele e o presidente da entidade máxima do futebol brasileiro.
Segundo o diretor de comunicação da CBF, Douglas Lunardi, houve uma primeira conversa, onde os dois lados falaram as suas intenções e uma nova reunião deve ocorrer em breve, mas ele não precisou a data. Certo apenas é que Tite vai comandar o Corinthians na partida contra o Fluminense, nesta quinta, 16, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro.
Com a situação do treinador indefinida, a Seleção olímpica terá Rogério Micale como técnico. A CBF precisa enviar o nome da comissão técnica nesta quarta para o COI. Por isso, o comandante da Seleção sub-20 e que seria auxiliar de Dunga é quem vai dirigir a equipe na busca pelo ouro olímpico.  
Não há multa contratual que impeça o acerto de Tite com a CBF e o Corinthians também não dificultará a saída do treinador mais vitorioso de sua história. Tanto que já analisa nomes para substituí-lo.
Tite, que já rejeitara um convite, entende que este é o seu momento de assumir a seleção. Ele considera que o Campeonato Brasileiro está apenas começando e que não prejudica o clube ao aceitar comandar o time nacional. Em 2015, porém, ele assinou um manifesto pedindo a renúncia de Del Nero da presidência da CBF. Esse manifesto havia sido organizado pelo movimento Bom Senso FC.
A decisão de demitir Dunga foi de Del Nero, que passou o dia recluso em seu gabinete, no terceiro andar. "Os resultados não vieram e eu entendo a posição do presidente, trocando a comissão técnica toda. Apesar de eu ser mais da parte administrativa, eu sou o chefe da comissão e tenho essa responsabilidade", afirmou Gilmar Rinaldi logo após o encontro.
Rinaldi procurou demonstrar resignação, mas não conseguiu esconder o semblante de abatimento. Mesmo assim, agradeceu ao dirigente em dois momentos. "O presidente Marco Polo é a pessoa por quem eu sempre vou ser grato pela oportunidade que me deu de mais uma vez servir a seleção brasileira", disse. Dunga, por sua vez, evitou a imprensa, tanto no desembarque em São Paulo, pela manhã, quanto ao chegar no Rio de Janeiro.
Ele deixou a sede da CBF da mesma forma como chegou, pela garagem. Desde que assumiu a equipe pela segunda vez, em julho de 2014, Dunga apresentou desempenho invejável em partidas amistosas e pífio em jogos oficiais. Ele comandou o time em 13 amistosos (se considerarmos o Superclássico das Américas, em 2015), vencendo todos. Mas, quando os jogos valiam os três pontos, o desempenho foi de apenas 54%.
Foram seis vitórias em 14 partidas, além de cinco empates e três derrotas. A última derrota veio no domingo diante do Peru, que causou a eliminação do Brasil ainda na primeira fase da Copa América Centenário. Foi o pior desempenho desde 1987. O fraco retrospecto em partidas oficiais também deixou a seleção em sexto lugar nas Eliminatórias - fora, portanto, da zona de classificação à Copa do Mundo de 2018, na Rússia.