Um servidor da Polícia Federal (PF) que trabalhou no Palácio do Planalto e presenciou a invasão do prédio nos atos golpistas desmentiu um inquérito do Exército que isentou as tropas de qualquer responsabilidade no ocorrido no dia 8 de janeiro. As informações são da coluna de Guilherme Amado, no site Metrópoles.
A declaração foi dada em depoimento dado à PF em 11 de janeiro, três dias dos atos antidemocráticos. Na oportunidade, ele citou alguns momentos em que soldados do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), do Exército, confraternizaram com os invasores e agiram pacificamente.
“Os militares estavam com equipamento antidistúrbio civil, mas não empregavam qualquer ação em face dos invasores. Alguns manifestantes estavam sentados em cadeiras, outros entravam e saíam do local [Planalto] tranquilamente, enquanto a tropa do BGP assistia a tudo pacificamente. Os manifestantes entravam e saíam do palácio, subiam e desciam os andares livremente”, disse o funcionário.
“A segurança do Planalto estava desmobilizada naquele dia, não havendo comando ou preparo dos militares no local. Os militares com os escudos apenas ficavam parados e outros militares, fardados ou com coletes do GSI, circulavam pelo local, conversavam com os manifestantes”, acrescentando.
Ainda durante o depoimento, o funcionário revelou ter ficado indignado com a passividade dos militares. Em certo momento ele disse que começou a gritar com os soldados para que algo fosse feito contra os extremistas e foi ignorado.
Fonte: Bnews